domingo, 7 de maio de 2017

À procura de Nexo no jornalismo digital

Enquanto muitos discutem a eterna briga entre impresso x digital e com isso se deve-se pagar ou não para ter acesso à informação, surgiu um novo conceito de jornal. Com uma proposta inovadora, o Nexo foi fundado em novembro de 2015 fornecendo matérias aprofundadas sobre temas atuais com um sistema de assinaturas digital.
O jornal traz notícias quentes como os grandes portais, mas com um diferencial: textos longos, baseados em dados e trabalhados com muito material nos mais diversos formatos, como vídeos, som e infográficos, sendo pioneiro no que pode ser traduzido por jornalismo de contexto, sem textos opinativos.
O principal fator que levou os sócios-fundadores (Paula Miraglia, cientista social e doutora em antropologia social, Conrado Corsalette, ex-editor de Política do Estadão e de Cotidiano da Folha de S. Paulo e Renata Rizzi, engenheira e doutora em economia) a montarem o jornal é que ele tem um potencial transformador e que “produzindo um conteúdo claro, explicativo e equilibrado, contribui-se para um debate de ideias informado e qualificado”.
Talvez a diferença entre os sócios se reflita na equipe de redação que vai de pessoas que trabalham com artes até tecnologia, passando por pesquisas, marketing, cientistas de dados, jornalistas e infografistas. A sede situa-se em São Paulo, mas conta com um núcleo em Brasília.
Redação Nexo. Crédito: Linkedin Nexo Jornal
App Quartz. 


Financiamento

O Nexo começou sendo financiado por seus sócios e atualmente conta com um sistema de assinaturas, no valor de R$12 pagos através de boleto ou cartão. Outra forma de angariar dinheiro é através de cursos de diversas áreas como cinema, artes, gastronomia e filosofia que são ministrados na sede em São Paulo.
Mas nem por isso quem não é assinante não tem acesso a seus conteúdos: pode-se acessar livremente boa parte de máterias do site, além de podcasts e vídeos. Ainda tem-se acesso à seção Estante que contém ensaios e trechos de livros.




Formato

Os conceitos do jornal são inovadores, como por exemplo, o de digital only para poder explorar ao máximo todo tipo de mídia (som, imagem, movimento) e não haver a limitação que um papel pode trazer, por exemplo, limitando o seu formato ou distribuição. Quando entra-se no site do veículo, nota-se que a palavra de ordem é interação, tentando explorar ao máximo os recursos multimídia.

Uma das inspirações do grupo para criar o Nexo foi o Quartz que é um app gratuito feito para IOS (ainda só disponível em inglês) que envia conteúdo noticioso através de mensagens de texto, onde o usuário escolhe se quer ler mais daquele assunto ou de outros se aquele não estiver tão interessante. Além de tudo, dá pra selecionar até por posição geográfica o tema. O app não faz uso de inteligência artificial, portanto não se baseando em algoritmos. No caso, são jornalistas que editam o conteúdo dando uma ideia de interação maior no acesso ao jornalismo mobile. Um recurso bastante utilizado no que se refere a conteúdo é o uso do lead jornalístico (aquele em que responde-se o que, quem, como, quando, onde, por que) no primeiro parágrafo que para a equipe do Nexo é “para valorizar o texto e atrair dois públicos: o mais tradicional acostumado com o formato das mídias e o mais jovem, que não necessariamente está acostumado com esse formato, mas que mostra interesse por debate de temas atuais”.

Ainda conta com newsletter, que normalmente é utilizada em sites de marketing, mas com uma grande diferença: todos os dias pela manhã o leitor cadastrado recebe um e-mail com o sugestivo título de “tudo o que importa logo pela manhã” com textos tanto do site, como de outros portais sobre os assuntos que estão em voga no momento. A aceitação do público quanto a esse sistema foi ótima e teve grande receptividade, segundo a equipe do Nexo. “Apenas seis meses após o lançamento, nossas bases de leitores, seguidores nas redes sociais e assinantes de nossa newsletter já eram bastante numerosas e o ritmo de crescimento continua elevado. Temos feedbacks extremamente positivos de leitores e formadores de opinião. Somos reconhecidos por instituições de ensino como um espaço interessante e legítimo para divulgação de pesquisas, relatórios e debates, o que nos permite estabelecer parcerias com Universidades e centros de pesquisa, enriquecendo a nossa própria produção de conteúdo”.
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