Enquanto muitos discutem a
eterna briga entre impresso x digital e com isso se deve-se pagar ou não para
ter acesso à informação, surgiu um novo conceito de jornal. Com uma proposta
inovadora, o Nexo foi fundado em novembro de 2015 fornecendo matérias
aprofundadas sobre temas atuais com um sistema de assinaturas digital.
O jornal traz notícias quentes
como os grandes portais, mas com um diferencial: textos longos, baseados em
dados e trabalhados com muito material nos mais diversos formatos, como vídeos,
som e infográficos, sendo pioneiro no que pode ser traduzido por jornalismo de
contexto, sem textos opinativos.
O principal fator que levou os
sócios-fundadores (Paula Miraglia, cientista social e doutora em antropologia
social, Conrado Corsalette, ex-editor de Política do Estadão e de Cotidiano da
Folha de S. Paulo e Renata Rizzi, engenheira e doutora em economia) a montarem
o jornal é que ele tem um potencial transformador e que “produzindo um conteúdo
claro, explicativo e equilibrado, contribui-se para um debate de ideias
informado e qualificado”.
Talvez a diferença entre os
sócios se reflita na equipe de redação que vai de pessoas que trabalham com
artes até tecnologia, passando por pesquisas, marketing, cientistas de dados,
jornalistas e infografistas. A sede situa-se em São Paulo, mas conta com um
núcleo em Brasília.
Financiamento
O Nexo começou sendo
financiado por seus sócios e atualmente conta com um sistema de assinaturas, no
valor de R$12 pagos através de boleto ou cartão. Outra forma de angariar
dinheiro é através de cursos de diversas áreas como cinema, artes, gastronomia
e filosofia que são ministrados na sede em São Paulo.
Mas nem por isso quem não é
assinante não tem acesso a seus conteúdos: pode-se acessar livremente boa parte
de máterias do site, além de podcasts e vídeos. Ainda tem-se acesso à seção
Estante que contém ensaios e trechos de livros.
Formato
Os conceitos do jornal são
inovadores, como por exemplo, o de digital only para poder explorar ao máximo
todo tipo de mídia (som, imagem, movimento) e não haver a limitação que um
papel pode trazer, por exemplo, limitando o seu formato ou distribuição. Quando
entra-se no site do veículo, nota-se que a palavra de ordem é interação,
tentando explorar ao máximo os recursos multimídia.
Uma das inspirações do grupo
para criar o Nexo foi o Quartz que é um app gratuito feito para IOS (ainda só
disponível em inglês) que envia conteúdo noticioso através de mensagens de texto,
onde o usuário escolhe se quer ler mais daquele assunto ou de outros se aquele
não estiver tão interessante. Além de tudo, dá pra selecionar até por posição
geográfica o tema. O app não faz uso de inteligência artificial, portanto não
se baseando em algoritmos. No caso, são jornalistas que editam o conteúdo dando
uma ideia de interação maior no acesso ao jornalismo mobile. Um recurso
bastante utilizado no que se refere a conteúdo é o uso do lead jornalístico
(aquele em que responde-se o que, quem, como, quando, onde, por que) no
primeiro parágrafo que para a equipe do Nexo é “para valorizar o texto e atrair
dois públicos: o mais tradicional acostumado com o formato das mídias e o mais
jovem, que não necessariamente está acostumado com esse formato, mas que mostra
interesse por debate de temas atuais”.
Ainda conta com newsletter,
que normalmente é utilizada em sites de marketing, mas com uma grande
diferença: todos os dias pela manhã o leitor cadastrado recebe um e-mail com o
sugestivo título de “tudo o que importa logo pela manhã” com textos tanto do
site, como de outros portais sobre os assuntos que estão em voga no momento. A
aceitação do público quanto a esse sistema foi ótima e teve grande receptividade,
segundo a equipe do Nexo. “Apenas seis meses após o lançamento, nossas bases de
leitores, seguidores nas redes sociais e assinantes de nossa newsletter já eram
bastante numerosas e o ritmo de crescimento continua elevado. Temos feedbacks
extremamente positivos de leitores e formadores de opinião. Somos reconhecidos
por instituições de ensino como um espaço interessante e legítimo para
divulgação de pesquisas, relatórios e debates, o que nos permite estabelecer
parcerias com Universidades e centros de pesquisa, enriquecendo a nossa própria
produção de conteúdo”.








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